quinta-feira, 29 de maio de 2008

domingo, 18 de maio de 2008

Pede-se fim

Praguejo contra o sol,
Que brilha.
Praguejo contra o vento,
Que ainda dança.
Façam chover injúrias tenebrosas
Sobre a sua presença,
Que se afasta
E se perpetua, alheia à minha dor.

Num qualquer dia,
Eu tropecei no teu mar.
E foi um marejar de uma nova essência.
Mas tu não te limitaste a isso,
Entraste em mim.
Sempre que me olhavas, invadias-me.
Lias-me a alma toda.
E eu deixava.
Leste-me a alma toda.
E eu deixei.

Não dei consentimento.
Não disse que sim.
Mas ficas-te.
Para quê?

Que se interrompa o teu movimento.
Pára, de uma vez pára,
Nega, nega por favor,
Esta e toda a possibilidade.
Faz doer tudo num só momento
E assim sai de mim eternamente.
Passarás de uma utopia apaixonada,
A uma lembrança esvoaçante.

Deveria ser assim,
E tão simplesmente assim.

sábado, 10 de maio de 2008

<3?

"Isto de gostar de alguém tem muito que se lhe diga! Como podemos dizer que gostamos ou não? Como encontrar o peso certo do nosso gostar? Como é óbvio, cabe a cada um definir para si de que forma gosta ou não gosta do outro - ninguém a não ser o próprio pode fazer essa reflexão para determinar o grau do seu gostar do outro. Existem várias formas de se gostar de alguém e não se pode determinar à priori quais são as boas e as más formas de gostar.

Não existe nenhum termómetro que se coloque debaixo do braço e nos defina a temperatura exacta do nosso gostar, mas podemos tentar perceber se gostamos do outro através de pequenas reflexões sobre a vida do dia-a-dia como, por exemplo: gostar de partilhar tarefas em comum, desde viajar às pequenas coisas como ir ao supermercado, jantar ou simplesmente ver um filme na TV; perceber se temos saudades do outro, quando o outro não está presente; gostar de partilhar coisas da vida por mais pequenas que sejam ou discutir temas de maior profundidade, sem receio de poder divergir de opinião; gostar de estar para e com o outro mesmo que não se faça nada de especial; fantasiar-se com o outro e imaginar histórias a dois; fazer tudo o que for possível para se estar com outro e com tempo para o outro, mesmo quando o tempo está muito preenchido; estar atent@ às necessidades do outro; sentir-se bem com o outro; gostar de lhe tocar, beijar, abraçar; sentir-se libert@ sexualmente com o outro; estar disponível para dar prazer e receber prazer; não ter medo de falar com o outro sobre medos e dificuldades; ter vontade de dizer que se gosta do outro, sem que isso seja ridículo; poder ter um espaço individual e isso não ser sentido como uma ameaça para o outro; ter-se liberdade dentro da relação; sentir-se atraído pelo outro; sentir-se protegido e compreendido pelo outro; gostar de partilhar a vida com o outro, etc.

Estes são apenas alguns exemplos, mas existem muitos mais... Mas numa relação há sempre dois e, por isso, é importante saber se o outro está realmente em sintonia com o nosso gostar... pois para dançar a salsa é sempre preciso dois."



Marta Crawford

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Olha para Ti!!


Ontem estava a passear de carro e vi algo escrito numa parede branca, eram umas letras cor de laranja a grandes dimensões e dizia : OLHA PARA TI. Confesso que uma frase simples como esta me tocou imenso e deixou-me a pensar.
Primeiro pensei, será que eu olho para mim? Não tem nada a ver com aquelas vezes em que olhamos para o espelho porque isso olhamos sempre, tem sim a ver com o olhar para o nosso interior e para aquilo que somos realmente.
Na maior parte dos meus dias não olho para mim porque também são raros os dias em que acordo a gostar realmente de mim mesma. Há coisas que faço e não devia e cometo o erro de mudar as minhas decisões quando acho que as pessoas à minha volta não as vão aceitar. Eu não olho para mim, olho para os outros e para aquilo que eles vão pensar de mim.
Conheço pessoas que me fazem olhar para mim e que, independentemente dos meus defeitos, gostam de mim como eu sou. Infelizmente , isso nunca chega para nós porque, por mais estranho que pareça, achamos que o amor deixa as pessoas cegas e, mais tarde ou mais cedo, vão descobrir o nosso verdadeiro Eu e já não vão gostar de nós.
Eu não olho para mim porque tenho uma auto-estima baixa e penso que nada daquilo que eu sou tem valor... acho que é o acontece quando há mais pessoas que nos magoam do que aquelas que nos amam.
Agora quero as pessoas que me amam por perto para que eu possa aprender a olhar para mim sem medo de me encarar porque amar-me a mim mesma é o primeiro passo para saber amar os outros!